quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Tudo que você queria (ou não) saber sobre o peido


   As informações deste artigo, de autoria desconhecida, não são o que se poderia dizer: “Nossa! Isso era tudo o que eu precisava saber nessa vida!”. Mas podem ser bastante engraçadas e, inclusive, verossímeis. Então, aprenda e divirta-se!

Rubens Carvalho Júnior


Peidar é tão bom quanto qualquer outra necessidade fisiológica. Um peido bem dado deve ser comemorado com gosto, já que a maioria dos nossos peidos saem tímidos e contidos por conta do preconceito que a sociedade enruste em relação ao flato. Não quero estimular ninguém a sair peidando onde quer que esteja. Peidar é uma atividade egoísta que deve ser mantida apenas para você e às vezes para compartilhar com as pessoas de quem você gosta muito. Se todo mundo peidasse onde bem entendesse, minha sala de trabalho ia ser um inferno. Sete marmanjos peidando o dia todo! Toda produção diária nessa sala com ar condicionado ia ser pior que fumar 4 maços de cigarro num dia.

O nome
A palavra “peido” deriva do latim pedere e do grego perdein, que significam exatamente o que soam; afinal, o ato em si é muito mais antigo que a linguística!

1. O que é o flato? Do que ele é feito?
Flato, do latim flatus, significa "sopro" e é uma composição de gases altamente variável, expelida pelo ânus.
É formado por parte do ar que engolimos, que é quase só nitrogênio e dióxido de carbono, pois o organismo absorve o oxigênio, e gases resultantes das reações químicas entre ácido estomacal, fluidos intestinais e flora bacteriana. Ou seja, dióxido de carbono, hidrogênio e metano.

2. O que faz os peidos federem?
O odor dos peidos vem de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre livre na mistura. Quanto mais rica em enxofre for sua dieta, mais esses gases vão ser produzidos pelas bactérias no seu intestino e mais os seus peidos vão feder. Alimentos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem peidos fedidos. O feijão, por outro lado, produz grandes quantidades de peidos, que não são necessariamente fedidos.

3. Por que peidos fazem barulho?
Os sons são produzidos pela vibração da abertura anal. O som depende da velocidade da expulsão do gás e de quão estreita é a abertura dos músculos do esfíncter anal.

4. Quanto gás uma pessoa normal produz por dia?
Em média, uma pessoa produz cerca de um litro de peido por dia, distribuído em cerca de 14 peidos diários. Pode ser difícil para você determinar o volume dos seus peidos diários, mas você pode estimar quantas vezes peida. Pense nisso como um pequeno experimento científico: anote tudo que você come e conte o número de vezes que você peida no dia. Você pode, inclusive, fazer considerações acerca do odor deles. Você descobrirá uma relação entre o que você come, quanto você peida, e quanto seus peidos fedem.

5. Quanto tempo leva até que o peido chegue ao nariz de alguém?
Isso depende das condições atmosféricas, umidade e velocidade do vento, além da distância entre as pessoas também. Os peidos se dispersam e sua potência nauseante diminui com a diluição. Condições excepcionais existem quando o peido é liberado numa área pequena e fechada, como um elevador, um quarto pequeno ou um carro, porque essas condições limitam a quantidade de diluente possível (ar) e o peido vai permanecer numa concentração perceptível por mais tempo, até que se condense nas paredes.

6. É verdade que algumas pessoas nunca peidam?
Não. Se elas estiverem vivas, peidam. Como diria Descartes: "Vivo, logo peido". Pessoas podem peidar até mesmo algumas horas depois de mortas.

7. Homens peidam mais que mulheres?
Mulheres peidam tanto quanto homens. O caso é que os homens têm mais orgulho disso.

8. Em que parte do dia um “gentleman” está mais sujeito a peidar?
Durante a manhã, quando estiver no banheiro. Isso é conhecido como “trovoada matinal”. Se conseguir uma boa ressonância, ele poderá ser ouvido na casa inteira.

9. Porque o feijão faz as pessoas peidarem tanto?
Feijão contém açúcares que seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam em nossos intestinos, as bactérias fazem a festa e produzem um monte de gás. Outros produtores notórios de gás são milho, pimenta, repolho e leite.

10. Um peido é mesmo só um arroto que saiu pelo lado errado?
Não, a frase “arroto é um peido maroto que subiu de elevador” é puro folclore. Arroto vem do estômago e tem composição química diferente de um peido. Peidos têm menos oxigênio e mais gases produzidos por bactérias.

11. Para onde vão os peidos quando você segura eles?
Quantas vezes você segurou um flato, pretendendo soltá-lo na primeira oportunidade apropriada, e depois descobriu que ele tinha “desaparecido” quando você estava pronto? Ele saiu lentamente sem a pessoa saber? Foi absorvido pela corrente sanguínea? O que aconteceu com ele? Os médicos concordam que o peido não é nem liberado nem absorvido. Ele simplesmente volta para os intestinos e sai depois. Isso reafirma o fato de que os peidos não são realmente perdidos, e sim adiados.

12. É possível mesmo “acender” peidos?
A resposta é SIM. Normalmente os puns incluem metano e hidrogênio, que são gases inflamáveis. Entretanto, você deve estar avisado de que colocar um peido em ignição é perigoso. Não só a chama pode subir de volta para seu cólon, como a sua roupa e o que estiver ao redor pode pegar fogo. Peidos tendem a se traduzir em chamas azuis ou amarelas. Não tente absolutamente nada, para “checar” essa informação.

13. De que cor é o peido?
Via de regra, incolor, porque os gases que o constituem são incolores. Se seu pum colorir sua cueca, saiba que ali não tem só gás.

14. Outras pessoas sentem mais o cheiro do peido do que o “autor”?
O peido deveria cheirar tanto para quem o fez quanto para as pessoas que dele “desfrutam”, mas quem fez leva vantagem pelo fato de que propeliu o ar para longe do seu corpo, numa direção oposta à do seu nariz.
No entanto, peidar contra o vento anula essa vantagem.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Coisas que eu não entendo (#1)


   Festas de fim de ano, férias, família e amigos por perto e conversa, muita conversa. A pauta simplesmente não se esgota, e eu gosto muito. Mas aí surgem uns assuntos que, de certa forma, me deixam levemente perturbado. Foi aí que, especulando sobre coisas polêmicas, como a vida após a morte, percebi algo que eu não entendo.
  Considere a possibilidade de que não exista nada além dessa vida. Qual seria sua postura? Abaixo, seguem respostas que eu ouvi sobre esse mérito, e que podem se encaixar em seu modo de pensar:

1) "Mas tem que ter alguma coisa além disso aqui."

2) "Se não tiver nada além dessa vida então eu vou parar de trabalhar e vou pra farra, aproveitar essa vida."

3) "Então pra quê ser uma pessoa correta e honesta, respeitar o próximo, praticar o bem?"

4) "Bobagem, não seria justo se não houvesse nada depois da morte."

5) "Se for assim, então essa vida não tem sentido!"

    Pois é, se você acredita na vida eterna você pode ter se familiarizado com algum dos pensamentos acima. O que eu não entendo, então, é o seguinte:

1) Porque "tem que ter alguma coisa além disso aqui"? Não tem que ter nada. As pessoas é que querem que exista algo além para que possam continuar existindo. É inaceitável para a maioria das pessoas a ideia de finitude, eu sei, eu já pensei nisso também, mas o fato é que não há nada que me garanta que exista algo além, assim como não há nada que me garanta que não há, não é verdade? Então a melhor resposta, penso eu, seria: "Eu gostaria que existisse algo além".

2) Se você descobrisse que não há nada além, provavelmente você continuaria trabalhando sim, a menos, é claro, que você seja incrivelmente desprendido ou tenha tendências suicidas. Isso porque, numa sociedade capitalista, você precisa trabalhar pra ganhar dinheiro (bom, a maioria das pessoas precisa!), e ter assim meios de alimentar-se, vestir-se, locomover-se, morar, etc..., em suma, viver. Se você cair na gandaia e perder o emprego, não terá dinheiro para a farra, bem como para comida, roupas, combustível, aluguel, etc.... Daí, das duas uma: ou você vai viver dependendo de favores dos outros (tipo o Belchior), ou vai morrer de fome.

3) É inacreditável como as pessoas condicionam o agir ético e moral a uma recompensa depois da morte. Quer dizer que você só respeita as pessoas, e procura agir com correção porque acha que Deus está te olhando, como que num BigBrother celestial,  e aí, quando morrer, você terá direito a um lugar no Céu. Não fosse por isso, as pessoas então passariam a matar, roubar, estuprar, já que não teria ninguém olhando, pelo menos não ninguém que tenha o poder de me julgar e condenar a arder no mármore do inferno. Eu devo agir corretamente com os outros porque eu apreciaria a contrapartida, isto é, eu não faço com os outros o que eu não gostaria que fizessem comigo, e não porque Deus está olhando, mas porque assim se vive melhor e em paz.

4) Quem disse que tem que ser justo!

5) É triste saber que uma pessoa dá sentido à sua vida baseada em algo que ela nem ter certeza de que exista. O sentido da minha vida quem dá sou eu e, particularmente, acredito que o que dá sentido à vida é procurar viver da melhor forma possível. Agir com a pessoas da forma como eu gostaria que agissem comigo, e se todos fizessem isso nós viveríamos muito melhor. Aproveitar bons momentos com bons amigos. Cercar-se de pessoas com quem tenha afinidade e repelir aquelas que, de alguma maneira, lhe façam mal. Ganhar dinheiro é importante também, não para simplesmente acumular bens - porque haja ou não algo além, você não os levará consigo - mas para poder viver confortavelmente, para alimentar-se bem, para cuidar da saúde, para poder viajar e conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, sabores diferentes, e isso pode ser um antídoto contra o preconceito e o senso comum, além de agregar cultura, de verdade.

   Eu não faço ideia do porquê de estarmos aqui. Há uma teoria amplamente aceita de que evoluímos, desde o coacervado até chegar a esse estágio atual, e continuamos evoluindo, de forma gradativa e imperceptível para nós mesmos, dado nosso curto tempo de vida. Há quem diga, por outro lado, que fomos criados por Deus, em sua infinita bondade. Seja como for, eu não sei de onde eu vim ou para onde vou (na verdade ninguém sabe, só supõe), então eu vivo minha vida como se fosse a única que eu tivesse, procurando viver bem, respeitando o espaço alheio e buscando sempre evoluir moralmente, não para ter benefícios numa suposta vida além túmulo, ou porque Deus está olhando, mas simplesmente porque, acredito eu, ser esse um bom jeito de viver.

Rubens Carvalho Júnior