quarta-feira, 30 de abril de 2014

Enquanto isso, no país da Copa...


No início da semana, na Espanha, foi identificado e banido dos estádios de futebol daquele país, o torcedor que atirou uma banana perto do jogador Daniel Alves, num ato racista e lamentável.

Hoje, nos Estados Unidos, o milionário Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, foi banido pra sempre do basquete e da administração do time de basquete de sua propriedade, após declarações racistas flagradas em uma conversa dele com a namorada.

Em 20 de Fevereiro do ano passado, um jovem boliviano, chamado Kevin Espada, foi morto após ser atingido diretamente por um sinalizador lançado da torcida do Corinthians. Alguns membros da torcida organizada deram guarita para o suposto assassino, coincidentemente um menor de idade, que só foi identificado em solo brasileiro. Enquanto isso, os cúmplices estavam devidamente encarcerados na Bolívia.
Pois não é que o assassino, tanto não pôde ser extraditado como queria o governo boliviano, por ser menor de idade, como não foi responsabilizado criminalmente aqui no Brasil! Não bastasse essa assinatura do certificado de país da impunidade, nosso governo ainda achou tempo para interceder pelos pobres carniceiros corintianos, pressionando o governo boliviano a liberá-los para serem "julgados" no Brasil, o que jamais aconteceu. O atual panorama é o seguinte:
   1) O menor H.A.M. nunca foi acusado e não sofreu qualquer sanção como, por exemplo, a que foi imposta ao torcedor espanhol que atirou a banana para Daniel Alves.
    2) Os 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, foram transferidos para o Brasil e aqui libertados, tendo o caso sido arquivado ainda no ano passado.
    3) Para os pais do garoto Kevin sobrou o saldo da perda do filho e uma indenização imoral de 50 mil dólares, paga pelo Corinthians. A CBF e a Conmebol estão literalmente cagando pro que aconteceu.

Resumindo, na Espanha um torcedor é banido terminantemente dos estádios por ter atirado uma banana em campo. No país do basquete, um milionário, dono de um time, é banido do esporte e da administração do próprio time por ter feito comentários racistas. Cá, no país do futebol, matam um torcedor adversário e o caso é simplesmente arquivado!

Nada de punição para os torcedores envolvidos, muito menos para os clubes envolvidos, e isso serve também para as carnificinas que assistimos frequentemente nos estádios brasileiros e nas suas imediações.
Aqui, os bandidos que frequentam estádios de futebol, assassinam pessoas que vestem uma camisa de cor diferente da deles e não ficam nem presos, quanto mais serem banidos dos estádios, que utopia!

Pra encerrar, só uma pergunta simples para os membros da CBF e do judiciário brasileiro: E se o Kevin fosse filho de um de vocês?

Rubens Carvalho Júnior


 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Questão de filosofia!


Seguindo as novas diretrizes do ensino de filosofia em escolas públicas do Distrito Federal, segue abaixo questão modelo, que incita à reflexão filosófica, além de contribuir para a formação dos filósofos do futuro (que medo!)

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. Segundo os grandes pensadores contemporâneos Beto Jamaica e Cumpádi Washington: "Ula, ula de lá ....., quebra quebra daqui ....., ô Bahia ....., é o tchan no .....".

a) que abundância, ordinária, danada, cassino do Chacrinha
b) tchan, tchan, iáiá, Havaí
c) eita, vixe, do axé, meu caralho 
d) requebra, vai mainha, lêlê, Egito

Se não entendeu bulhufas do que eu tô falando, clique aqui. antes de seguir com a leitura.


Continuando...

Segundo Aristóteles (esse sim um grande pensador), as coisas que existem o são de duas formas: ou em Ato, ou em Potência. Muito resumidamente, uma coisa é em Ato quando ela existe efetivamente num dado momento, e uma coisa é em Potência quando ela pode vir a ser algo diferente do que é no momento. Por exemplo, uma semente é, em Ato, uma semente, certo? Mas essa mesma semente tem a Potencialidade de tornar-se uma árvore (desde que seja semeada), compreendeu? Outro exemplo: um bloco de mármore, em Ato, é um bloco de mármore mas, em Potência, este bloco pode ser transformado em uma estátua (desde que seja moldado por um escultor).

Bom, acompanhando esse raciocínio, fica claro que o "professor de filosofia" que propôs a malfadada questão da reportagem, não levou em conta a teoria aristotélica do Ato e Potência, pois a questão proposta já era, em Ato, algo totalmente fora de propósito, mas em Potência podia tornar-se motivo de chacota, polêmica, descrédito do ensino público, piada, o que de fato aconteceu.

Nessas horas eu desanimo porque, agora, Valesca Popozuda é uma grande pensadora e o idiota que deu a tal questão em uma prova é considerado um "educador"!

Rubens Carvalho Júnior