quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Chocolate


Muito embora os chocolates suíço e belga sejam mais famosos e, até por isso, mais apreciados ao redor do mundo, parece que cá na Terra Brasilis o chocolate que tem tido maior saída é mesmo o chocolate alemão. Forte, consistente, amargo e indigesto, desta vez foi a seleção brasileira de futebol feminino que provou da iguaria, 5 a 1, depois de ter começado vencendo, terminando em último lugar no seu grupo do Mundial.
Qual a justificativa agora? Outro apagão?! É preocupante quando a imprensa e a própria população entendem que um treinador é mais culpado pelo fiasco de uma equipe do que os dirigentes que o colocaram lá, e isso vale para os clubes também. Dirigentes que não são gerentes, mas sim políticos, e a política é o vírus Ebola do futebol brasileiro.
Se você olhar para nosso principal torneio continental de clubes, a Taça Libertadores da América, você vai perceber que a derrocada do futebol brasileiro vai muito além de um mero apagão e uma goleada histórica. O Cruzeiro, que é tido como a melhor equipe do futebol brasileiro na atualidade, não passou das quartas-de-finais da Libertadores, ou seja, o que nós teoricamente temos de melhor não foi bom o suficiente para estar numa semi-final onde figuram "grandes nomes" do futebol sulamericano como Nacional do Paraguai, Defensor do Uruguai e Bolivar (sei lá de que buraco é isso!). E quando o futebol brasileiro é criticado lá fora, a resposta dos nossos dirigentes está na ponta da língua: "nós somos o futebol pentacampeão do mundo e não temos nada o que aprender com os gringos".
Enfim, é isso, nós somos o futebol pentacampeão, o futebol do chocolate (não importa o gênero), o futebol que não chega numa semi-final de Libertadores, o futebol da violência impune dentro e fora dos estádios, o futebol da politicagem e do dinheiro fácil, o futebol da arrogância e da pretensa autossuficiência. Reflitamos.

Rubens Carvalho Júnior

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