sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

País da corrupção?

  
Depois de alguns meses refletindo, jejuando lá no monte, voltei e o primeiro assunto que quero tratar é sobre uma revelação que tive (putz!). Pessoas dizem aos quatro ventos que o Brasil é o país da corrupção, mas o estão comparando a quem? Qual a base que sustenta tal tese? Se compararmos o Brasil aos vizinhos sulamericanos, aos BRICS e até mesmo a tradicionais países europeus como a Itália, por exemplo, veremos que não estamos tão mal assim. E se olharmos panoramicamente, sem preconceitos, veremos que não somos diferentes de qualquer ser humano de qualquer nacionalidade, pois a corrupção é inerente ao ser humano. A diferença é que algumas sociedades são mais éticas e mais educadas que outras. Algumas sociedades são educadas para conciliar vantagens pessoais com vantagens coletivas. Repare que eu nem falei em priorizar o coletivo em relação ao pessoal, porque isso é utopia. Em algumas sociedades, como a alemã, os cidadãos, com ou sem poder, fazem o máximo para passarem despercebidos, para não serem apontados, pois isso é embaraçoso para eles. Aqui, quando alguém é apontado, trata logo de botar a culpa em outro, passando a responsabilidade adiante.

É fácil perceber o que digo quando prestamos a mínima atenção às entrevistas de nossos governantes sobre algum suposto problema que esteja ocorrendo, por exemplo, quando o governo federal afirma não haver problema de energia no país, mesmo com represas secas, e cortes de energia como o dessa semana. Atribuem a culpa à sociedade que agora consome mais, pois é uma sociedade de classe média que usa ar condicionado e tem TV's e geladeiras cada vez maiores. Dá um tempo! O mundo inteiro está consumindo mais energia, é uma tendência natural. A diferença é que uns se preparam e investem em produção e diversificação das fontes de energia, outros transferem a responsabilidade. Outro exemplo fácil é São Paulo, que vive na seca há mais de ano, mas seus governantes, também reeleitos, sequer admitem a situação de grave racionamento que várias localidades do estado têm vivenciado. Quer mais um exemplo? Distrito Federal, onde o secretário de educação afirmou que a culpa da falta de vagas nas escolas dos bairros é que os pais ficam escolhendo onde o filho vai estudar em vez de matriculá-los em qualquer escola. Quer dizer, agora o pai, que já não pode dar uma educação decente pro filho, não vai poder nem escolher a escola mais próxima de casa?

É assim que funciona, repare se ao seu redor (família, amigos, você mesmo) não é assim. Não temos o hábito de assumir responsabilidades, mas sim de botar a culpa no próximo. Numa sociedade ética, se faltam vagas nas escolas, então são construídas novas escolas. Numa sociedade como a nossa, culpa-se a população, que tem memória fraca e vai reeleger ou colocar no segundo turno os mesmos crápulas de sempre.

Enfim, não acho que o Brasil seja o país da corrupção, nem do futebol (evidentemente). Entendo o Brasil como o País da Desculpa Esfarrapada.

Rubens R. Carvalho Jr. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vergonha de ser brasileiro?


Tenho visto e ouvido, nesses últimos dias, muita gente manifestando sua "vergonha de ser brasileiro" em decorrência do resultado das eleições. Aliás esse ano foi especialmente O ANO pra se ter a tal "vergonha de ser brasileiro", num é verdade? Afinal brasileiro que é brasileiro sente muita vergonha de sê-lo em duas ocasiões específicas: quando a Seleção é eliminada da Copa, ou quando seu candidato é derrotado nas eleições presidenciais. Portanto tudo indica que eu só vou ouvir alguém dizer que tem vergonha de ser brasileiro novamente daqui 4 anos pois, no Brasil, o ano do pleito presidencial coincide com o ano da Copa do Mundo.
O que me intriga é que estas mesmas pessoas não têm vergonha de diversos atos que praticam diariamente, corriqueiramente.
Se você está, no momento, com vergonha de ser brasileiro, eu te pergunto: você tem vergonha quando estaciona nas vagas de idosos ou deficientes (e não é idoso nem deficiente)? Você tem vergonha quando cola na traseira do carro da frente pra passar no pedágio sem pagar? Você tem vergonha quando, num clube ou boate, encontra uma comanda perdida e marca nela todo seu consumo da noite? Você tem vergonha quando mente que está doente só pra poder faltar ao trabalho. Você tem vergonha quando se utiliza das mais variadas manobras para driblar o fisco e sonegar imposto de renda? Você tem vergonha quando adianta um "cafezinho" para que seu carro seja liberado na vistoria?
Provavelmente não né! Afinal, "é só um minutinho", "o dono do pedágio tem dinheiro de sobra", "achado não é roubado", "é só dessa vez", "o governo rouba muito", "num tô matando nem roubando".
Se você, assim como eu, sentiu vergonha, bem vindo ao mundo dos bundões e manés (num é assim que os autores dessas canalhices e dessas desculpas esfarrapadas nos consideram?).
Agora, se você é um desses que banalizam as atitudes supracitadas, então saiba que aqueles corruptos/corruptores que estão no poder ou que por lá já passaram, não são muito diferentes de você. A diferença é que, enquanto você leva vantagem em alguns minutos, em alguns reais, eles levam vantagem em milhões de reais por anos, décadas, e não pense que com você seria diferente, porque você só tem acesso a alguns reais, mas se tivesse acesso a milhões faria a mesma coisa, porque é deficiente moral, porque não enxerga que esses "pequenos" atos também são corrupção.
Se serve de consolo pra você que a cada 4 anos sente vergonha de ser brasileiro, saiba que sinto essa mesma vergonha todos os dias, e não só de ser brasileiro, mas de ser humano, porque eu realmente tenho muita vergonha de pertencer à mesma espécie que gente como você.

Rubens Carvalho Júnior

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Chocolate


Muito embora os chocolates suíço e belga sejam mais famosos e, até por isso, mais apreciados ao redor do mundo, parece que cá na Terra Brasilis o chocolate que tem tido maior saída é mesmo o chocolate alemão. Forte, consistente, amargo e indigesto, desta vez foi a seleção brasileira de futebol feminino que provou da iguaria, 5 a 1, depois de ter começado vencendo, terminando em último lugar no seu grupo do Mundial.
Qual a justificativa agora? Outro apagão?! É preocupante quando a imprensa e a própria população entendem que um treinador é mais culpado pelo fiasco de uma equipe do que os dirigentes que o colocaram lá, e isso vale para os clubes também. Dirigentes que não são gerentes, mas sim políticos, e a política é o vírus Ebola do futebol brasileiro.
Se você olhar para nosso principal torneio continental de clubes, a Taça Libertadores da América, você vai perceber que a derrocada do futebol brasileiro vai muito além de um mero apagão e uma goleada histórica. O Cruzeiro, que é tido como a melhor equipe do futebol brasileiro na atualidade, não passou das quartas-de-finais da Libertadores, ou seja, o que nós teoricamente temos de melhor não foi bom o suficiente para estar numa semi-final onde figuram "grandes nomes" do futebol sulamericano como Nacional do Paraguai, Defensor do Uruguai e Bolivar (sei lá de que buraco é isso!). E quando o futebol brasileiro é criticado lá fora, a resposta dos nossos dirigentes está na ponta da língua: "nós somos o futebol pentacampeão do mundo e não temos nada o que aprender com os gringos".
Enfim, é isso, nós somos o futebol pentacampeão, o futebol do chocolate (não importa o gênero), o futebol que não chega numa semi-final de Libertadores, o futebol da violência impune dentro e fora dos estádios, o futebol da politicagem e do dinheiro fácil, o futebol da arrogância e da pretensa autossuficiência. Reflitamos.

Rubens Carvalho Júnior

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Tem genocídio? Tem sim senhor.


É interessante ler as reações das pessoas quando se fala em nazismo e holocausto. Rapidamente surgem comentários sobre a crueldade do regime nazista, sobre as situações degradantes a que os judeus foram submetidos e, ainda, muitos "especialistas" em história germânica bradando que o nazismo poderia ter sido facilmente evitado. Enfim, as pessoas não entendem como o povo alemão deixou que a coisa chegasse ao ponto em que chegou, e a resposta é muito simples: é muito difícil enxergar a história acontecendo no momento em que ela acontece. Por exemplo, pouquíssimas pessoas já se deram conta de que há um genocídio em curso, e sendo amplamente noticiado. É, amigo(a), se você entende o conflito entre Israel e Gaza como uma mera querela político-religiosa, você não é nada mais que um alemão na década de 30, ou seja, você ainda não se deu conta do que está, de fato, acontecendo.
Numa guerra é normal que ocorram baixas civis, é um lamentável efeito colateral dos ataques. No entanto, quando se ataca de forma cirúrgica e recorrente lugares sabidamente repletos de civis, matando mulheres, crianças e homens desarmados, não se quer apenas subjugar o inimigo, mas sim destruir o povo. Me parece tão óbvio que eu não entendo quem não entende. Matando mulheres e, principalmente, crianças, você está comprometendo as próximas gerações, pois está matando os responsáveis pela continuidade de um povo, e Israel especializou-se nessa prática ao longo dos anos.
Antes de continuar quero deixar claro que não acho que exista um bandido e um mocinho nessa história, não intento defender esse ou aquele lado do conflito, só pretendo expressar um ponto de vista construindo pela observação dos fatos presentes e históricos.
É sabido que o Hamas utiliza instalações civis para abrigar armas e militantes, mas pensar que toda casa, escola e hospital palestinos são esconderijos de terroristas é errado e extremamente preconceituoso, e o que se tem visto todos os dias é Israel atacando áreas residenciais, escolas, hospitais, centros comerciais e o pior de tudo (como se fosse possível piorar), eles não poupam nem mesmo os campos de refugiados e as instalações da própria ONU que, por sua vez, nunca sai do campo do discurso.
Israel afirmar alertar a população palestina antecipadamente sobre os ataques. Segue-se que muitos saem de suas casas e vão para abrigos da ONU e campos de refugiados. Aí então, Israel ataca esses abrigos e aniquila os refugiados. E isso não vem de agora, os ataques de Israel tem sempre essa característica, morrem muito mais civis do que militares, e a contra-informação, amplamente vendida e facilmente comprada pelo senso comum, passa a ideia de que todos esses civis mortos estavam sendo usados como escudo humano pelo Hamas. O fato é que Israel descumpre acordos de paz, a ONU se omite, os palestinos se revoltam e atacam e, então, Israel contra-ataca da forma como já estamos acostumados a ver nos noticiários, um extermínio étnico em doses homeopáticas, para a opinião pública ocidental engolir sem se engasgar. Um modus operandi muito bem orquestrado como em 2000, quando Israel não diminuiu a ocupação militar de Gaza conforme acordado em armistício, causando a revolta que se desdobrou na Segunda Intifada. O saldo não foi diferente do que já temos nos acostumado a ver nestas últimas semanas, com milhares de civis mortos e, entre 2000 e 2004, quase 4 mil residências de palestinos expropriadas e demolidas.
Enfim, se por um lado os Palestinos se valeram do terrorismo para tornar conhecidas suas reivindicações, por outro eles foram absurdamente negligenciados quando da criação do Estado de Israel.
Nada disso, no entanto, justifica uma ofensiva covarde na qual quase 10% das vítimas são crianças.
Sendo assim, da próxima vez que quiser falar em holocausto ou genocídio, não recorra à história, mas sim ao presente, que é esfregado nas nossas caras todos os dias.

Rubens Carvalho Júnior

Para saber mais sobre o conflito árabe-israelense e sobre a própria história do Oriente Médio, acesse os links abaixo:


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Rubensman Returns


Sair de férias é bom demais, a única coisa ruim é que uma hora acaba.
A boa notícia, tanto para nosso visitante ocasional como para aquele mais frequente é que os posts estão de volta, após essa merecida pausa para o lazer. Traremos uma série de "diários de bordo" contando as barbadas e as furadas dos vários lugares que visitamos nessas férias, além dos prometidos textos com conteúdo de Filosofia (alguns já foram separados) e, é claro, as críticas, reflexões, piadinhas e outras coisas mais que saem dessa cabeça perturbada.
Obrigado pela visita e até breve!

Rubens Carvalho Júnior

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pronto, tá pago!


Depois de 152 dias, ou 5 meses, eu já trabalhei o suficiente para pagar os impostos que devia à nação. Até seria justo se houvesse contrapartida, mas não vou entrar nesse mérito especificamente.
O problema é que, como não há saúde pública, terei que trabalhar mais 1 mês para pagar pelo plano de saúde. Isso porque ainda sou relativamente jovem, senão gastaria ainda mais tempo para pagar pelo plano, afinal sabemos que à medida que ganhamos idade o valor do plano aumenta, e a cobertura diminui.
Lá se foram 6 meses.
Só que, como não há segurança pública, terei que trabalhar mais 1 mês para pagar os seguros do carro e da casa.
Lá se foram 7 meses.
Falando em casa, serão necessários mais 3 meses completos para garantir minha moradia pelo ano todo.
Lá se foram 10 meses.
Eu preciso me manter vivo, limpo e vestido, então somados os gastos com alimentação, limpeza, higiene pessoal, vestuário e eventuais gastos com medicamentos, descontados os impostos que já paguei, lá se vão mais uns 3 meses.
Lá se foram 13 meses.
Opa! Mas isso é o ano inteiro de trabalho mais o meu 13º! E eu ainda não gastei um centavo com o meu lazer.
Bom, nesse ponto já percebemos que falta mês nesse ano para pagar por tanta coisa, então eu vou ter que escolher se abro mão do plano de saúde e encaro as intermináveis filas e o atendimento precarizado da rede pública de saúde, ou se abro mão dos seguros do carro e da casa ou, quem sabe, até mesmo abra mão de ter um carro e volte a recorrer ao transporte público, precário, inseguro e que hoje vive à mercê de vagabundos politiqueiros.
Enfim, para sustentar um modo de vida sem luxo e sem qualquer lazer, de forma minimamente digna, um brasileiro comum gastaria, na melhor das hipóteses, o ano todo de trabalho, isso se não tiver filho, porque aí meu amigo, ou você enfia essa criança numa escola pública (boa sorte!), ou então vende a casa e vai morar sob um viaduto se quiser tentar a sorte numa escola particular. Agora, repare que eu falei "filho". Se esta pequena palavra for flexionada no plural...
Esta continha perversa, que serviu de base para esta dramatização, foi feita com base numa renda familiar total entre 4 e 5 salários mínimos, ou seja, segundo parâmetros governamentais, ocorre de ser uma família de classe média.

Rubens Carvalho Júnior



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Coisas que eu não entendo (#2)


Recentemente, um menor de idade foi detido e ficou 27 dias numa instituição de "recuperação de menores". O fato foi amplamente noticiado no final da semana passada. Duas coisas chamam a atenção:

1) As câmeras de segurança do prédio onde o menor morava, mostravam que ele estava dentro do prédio no exato momento em que um assalto era levado a cabo por dois indivíduos do outro lado da rua, ou seja, ele ficou quase 1 mês preso por engano.
2) Ele não chegou a ficar detido um mês se quer, mas foi o suficiente para que perdesse o emprego de garçom e a vaga na universidade que cursava!

Recentemente, Natan Donadon, parlamentar da nossa Terra Brasilis, foi julgado e condenado (mais uma vez) pelo Superior Tribunal Federal por improbidade administrativa, peculato e formação de quadrilha. Duas coisas chamam a atenção:

1) O esquema que mantinha na Assembléia Legislativa de Rondônia foi flagrado, Donadon foi julgado e condenado em 2010 mas, depois de idas e vindas advocatícias, foi finalmente condenado pelo STF no ano passado.
2) Mesmo preso em regime fechado, o parlamentar mantinha o mandato de Deputado Federal, que precisaria ter sua cassação aprovada pelo Congresso (isto é, pelos coleguinhas). Na primeira tentativa, em votação fechada, o mandato do deputado preso foi mantido, e repito, ele estava preso em regime fechado, depois de ser devidamente julgado e condenado. Seu mandato só foi cassado após intensa pressão da opinião pública que resultou em uma votação aberta. Aí sim, sem poderem se esconder atrás do voto secreto, os parlamentares, quase unanimemente, votaram pela cassação de Donadon.

Em resumo, um parlamentar é devidamente julgado e condenado, depois de longo processo, ao regime fechado, mas conserva o mandato até o último momento possível. Um cidadão comum é detido como suspeito de crime, para o qual tinha infalível álibi, fica jogado numa instituição para menores sem ter sido julgado, nem muito menos condenado e, em menos de um mês, perde o emprego e a vaga na universidade.

Reflitamos.

Rubens Carvalho Júnior

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Enquanto isso, no país da Copa...


No início da semana, na Espanha, foi identificado e banido dos estádios de futebol daquele país, o torcedor que atirou uma banana perto do jogador Daniel Alves, num ato racista e lamentável.

Hoje, nos Estados Unidos, o milionário Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, foi banido pra sempre do basquete e da administração do time de basquete de sua propriedade, após declarações racistas flagradas em uma conversa dele com a namorada.

Em 20 de Fevereiro do ano passado, um jovem boliviano, chamado Kevin Espada, foi morto após ser atingido diretamente por um sinalizador lançado da torcida do Corinthians. Alguns membros da torcida organizada deram guarita para o suposto assassino, coincidentemente um menor de idade, que só foi identificado em solo brasileiro. Enquanto isso, os cúmplices estavam devidamente encarcerados na Bolívia.
Pois não é que o assassino, tanto não pôde ser extraditado como queria o governo boliviano, por ser menor de idade, como não foi responsabilizado criminalmente aqui no Brasil! Não bastasse essa assinatura do certificado de país da impunidade, nosso governo ainda achou tempo para interceder pelos pobres carniceiros corintianos, pressionando o governo boliviano a liberá-los para serem "julgados" no Brasil, o que jamais aconteceu. O atual panorama é o seguinte:
   1) O menor H.A.M. nunca foi acusado e não sofreu qualquer sanção como, por exemplo, a que foi imposta ao torcedor espanhol que atirou a banana para Daniel Alves.
    2) Os 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, foram transferidos para o Brasil e aqui libertados, tendo o caso sido arquivado ainda no ano passado.
    3) Para os pais do garoto Kevin sobrou o saldo da perda do filho e uma indenização imoral de 50 mil dólares, paga pelo Corinthians. A CBF e a Conmebol estão literalmente cagando pro que aconteceu.

Resumindo, na Espanha um torcedor é banido terminantemente dos estádios por ter atirado uma banana em campo. No país do basquete, um milionário, dono de um time, é banido do esporte e da administração do próprio time por ter feito comentários racistas. Cá, no país do futebol, matam um torcedor adversário e o caso é simplesmente arquivado!

Nada de punição para os torcedores envolvidos, muito menos para os clubes envolvidos, e isso serve também para as carnificinas que assistimos frequentemente nos estádios brasileiros e nas suas imediações.
Aqui, os bandidos que frequentam estádios de futebol, assassinam pessoas que vestem uma camisa de cor diferente da deles e não ficam nem presos, quanto mais serem banidos dos estádios, que utopia!

Pra encerrar, só uma pergunta simples para os membros da CBF e do judiciário brasileiro: E se o Kevin fosse filho de um de vocês?

Rubens Carvalho Júnior


 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Questão de filosofia!


Seguindo as novas diretrizes do ensino de filosofia em escolas públicas do Distrito Federal, segue abaixo questão modelo, que incita à reflexão filosófica, além de contribuir para a formação dos filósofos do futuro (que medo!)

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. Segundo os grandes pensadores contemporâneos Beto Jamaica e Cumpádi Washington: "Ula, ula de lá ....., quebra quebra daqui ....., ô Bahia ....., é o tchan no .....".

a) que abundância, ordinária, danada, cassino do Chacrinha
b) tchan, tchan, iáiá, Havaí
c) eita, vixe, do axé, meu caralho 
d) requebra, vai mainha, lêlê, Egito

Se não entendeu bulhufas do que eu tô falando, clique aqui. antes de seguir com a leitura.


Continuando...

Segundo Aristóteles (esse sim um grande pensador), as coisas que existem o são de duas formas: ou em Ato, ou em Potência. Muito resumidamente, uma coisa é em Ato quando ela existe efetivamente num dado momento, e uma coisa é em Potência quando ela pode vir a ser algo diferente do que é no momento. Por exemplo, uma semente é, em Ato, uma semente, certo? Mas essa mesma semente tem a Potencialidade de tornar-se uma árvore (desde que seja semeada), compreendeu? Outro exemplo: um bloco de mármore, em Ato, é um bloco de mármore mas, em Potência, este bloco pode ser transformado em uma estátua (desde que seja moldado por um escultor).

Bom, acompanhando esse raciocínio, fica claro que o "professor de filosofia" que propôs a malfadada questão da reportagem, não levou em conta a teoria aristotélica do Ato e Potência, pois a questão proposta já era, em Ato, algo totalmente fora de propósito, mas em Potência podia tornar-se motivo de chacota, polêmica, descrédito do ensino público, piada, o que de fato aconteceu.

Nessas horas eu desanimo porque, agora, Valesca Popozuda é uma grande pensadora e o idiota que deu a tal questão em uma prova é considerado um "educador"!

Rubens Carvalho Júnior

sexta-feira, 28 de março de 2014