sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vergonha de ser brasileiro?


Tenho visto e ouvido, nesses últimos dias, muita gente manifestando sua "vergonha de ser brasileiro" em decorrência do resultado das eleições. Aliás esse ano foi especialmente O ANO pra se ter a tal "vergonha de ser brasileiro", num é verdade? Afinal brasileiro que é brasileiro sente muita vergonha de sê-lo em duas ocasiões específicas: quando a Seleção é eliminada da Copa, ou quando seu candidato é derrotado nas eleições presidenciais. Portanto tudo indica que eu só vou ouvir alguém dizer que tem vergonha de ser brasileiro novamente daqui 4 anos pois, no Brasil, o ano do pleito presidencial coincide com o ano da Copa do Mundo.
O que me intriga é que estas mesmas pessoas não têm vergonha de diversos atos que praticam diariamente, corriqueiramente.
Se você está, no momento, com vergonha de ser brasileiro, eu te pergunto: você tem vergonha quando estaciona nas vagas de idosos ou deficientes (e não é idoso nem deficiente)? Você tem vergonha quando cola na traseira do carro da frente pra passar no pedágio sem pagar? Você tem vergonha quando, num clube ou boate, encontra uma comanda perdida e marca nela todo seu consumo da noite? Você tem vergonha quando mente que está doente só pra poder faltar ao trabalho. Você tem vergonha quando se utiliza das mais variadas manobras para driblar o fisco e sonegar imposto de renda? Você tem vergonha quando adianta um "cafezinho" para que seu carro seja liberado na vistoria?
Provavelmente não né! Afinal, "é só um minutinho", "o dono do pedágio tem dinheiro de sobra", "achado não é roubado", "é só dessa vez", "o governo rouba muito", "num tô matando nem roubando".
Se você, assim como eu, sentiu vergonha, bem vindo ao mundo dos bundões e manés (num é assim que os autores dessas canalhices e dessas desculpas esfarrapadas nos consideram?).
Agora, se você é um desses que banalizam as atitudes supracitadas, então saiba que aqueles corruptos/corruptores que estão no poder ou que por lá já passaram, não são muito diferentes de você. A diferença é que, enquanto você leva vantagem em alguns minutos, em alguns reais, eles levam vantagem em milhões de reais por anos, décadas, e não pense que com você seria diferente, porque você só tem acesso a alguns reais, mas se tivesse acesso a milhões faria a mesma coisa, porque é deficiente moral, porque não enxerga que esses "pequenos" atos também são corrupção.
Se serve de consolo pra você que a cada 4 anos sente vergonha de ser brasileiro, saiba que sinto essa mesma vergonha todos os dias, e não só de ser brasileiro, mas de ser humano, porque eu realmente tenho muita vergonha de pertencer à mesma espécie que gente como você.

Rubens Carvalho Júnior

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Chocolate


Muito embora os chocolates suíço e belga sejam mais famosos e, até por isso, mais apreciados ao redor do mundo, parece que cá na Terra Brasilis o chocolate que tem tido maior saída é mesmo o chocolate alemão. Forte, consistente, amargo e indigesto, desta vez foi a seleção brasileira de futebol feminino que provou da iguaria, 5 a 1, depois de ter começado vencendo, terminando em último lugar no seu grupo do Mundial.
Qual a justificativa agora? Outro apagão?! É preocupante quando a imprensa e a própria população entendem que um treinador é mais culpado pelo fiasco de uma equipe do que os dirigentes que o colocaram lá, e isso vale para os clubes também. Dirigentes que não são gerentes, mas sim políticos, e a política é o vírus Ebola do futebol brasileiro.
Se você olhar para nosso principal torneio continental de clubes, a Taça Libertadores da América, você vai perceber que a derrocada do futebol brasileiro vai muito além de um mero apagão e uma goleada histórica. O Cruzeiro, que é tido como a melhor equipe do futebol brasileiro na atualidade, não passou das quartas-de-finais da Libertadores, ou seja, o que nós teoricamente temos de melhor não foi bom o suficiente para estar numa semi-final onde figuram "grandes nomes" do futebol sulamericano como Nacional do Paraguai, Defensor do Uruguai e Bolivar (sei lá de que buraco é isso!). E quando o futebol brasileiro é criticado lá fora, a resposta dos nossos dirigentes está na ponta da língua: "nós somos o futebol pentacampeão do mundo e não temos nada o que aprender com os gringos".
Enfim, é isso, nós somos o futebol pentacampeão, o futebol do chocolate (não importa o gênero), o futebol que não chega numa semi-final de Libertadores, o futebol da violência impune dentro e fora dos estádios, o futebol da politicagem e do dinheiro fácil, o futebol da arrogância e da pretensa autossuficiência. Reflitamos.

Rubens Carvalho Júnior

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Tem genocídio? Tem sim senhor.


É interessante ler as reações das pessoas quando se fala em nazismo e holocausto. Rapidamente surgem comentários sobre a crueldade do regime nazista, sobre as situações degradantes a que os judeus foram submetidos e, ainda, muitos "especialistas" em história germânica bradando que o nazismo poderia ter sido facilmente evitado. Enfim, as pessoas não entendem como o povo alemão deixou que a coisa chegasse ao ponto em que chegou, e a resposta é muito simples: é muito difícil enxergar a história acontecendo no momento em que ela acontece. Por exemplo, pouquíssimas pessoas já se deram conta de que há um genocídio em curso, e sendo amplamente noticiado. É, amigo(a), se você entende o conflito entre Israel e Gaza como uma mera querela político-religiosa, você não é nada mais que um alemão na década de 30, ou seja, você ainda não se deu conta do que está, de fato, acontecendo.
Numa guerra é normal que ocorram baixas civis, é um lamentável efeito colateral dos ataques. No entanto, quando se ataca de forma cirúrgica e recorrente lugares sabidamente repletos de civis, matando mulheres, crianças e homens desarmados, não se quer apenas subjugar o inimigo, mas sim destruir o povo. Me parece tão óbvio que eu não entendo quem não entende. Matando mulheres e, principalmente, crianças, você está comprometendo as próximas gerações, pois está matando os responsáveis pela continuidade de um povo, e Israel especializou-se nessa prática ao longo dos anos.
Antes de continuar quero deixar claro que não acho que exista um bandido e um mocinho nessa história, não intento defender esse ou aquele lado do conflito, só pretendo expressar um ponto de vista construindo pela observação dos fatos presentes e históricos.
É sabido que o Hamas utiliza instalações civis para abrigar armas e militantes, mas pensar que toda casa, escola e hospital palestinos são esconderijos de terroristas é errado e extremamente preconceituoso, e o que se tem visto todos os dias é Israel atacando áreas residenciais, escolas, hospitais, centros comerciais e o pior de tudo (como se fosse possível piorar), eles não poupam nem mesmo os campos de refugiados e as instalações da própria ONU que, por sua vez, nunca sai do campo do discurso.
Israel afirmar alertar a população palestina antecipadamente sobre os ataques. Segue-se que muitos saem de suas casas e vão para abrigos da ONU e campos de refugiados. Aí então, Israel ataca esses abrigos e aniquila os refugiados. E isso não vem de agora, os ataques de Israel tem sempre essa característica, morrem muito mais civis do que militares, e a contra-informação, amplamente vendida e facilmente comprada pelo senso comum, passa a ideia de que todos esses civis mortos estavam sendo usados como escudo humano pelo Hamas. O fato é que Israel descumpre acordos de paz, a ONU se omite, os palestinos se revoltam e atacam e, então, Israel contra-ataca da forma como já estamos acostumados a ver nos noticiários, um extermínio étnico em doses homeopáticas, para a opinião pública ocidental engolir sem se engasgar. Um modus operandi muito bem orquestrado como em 2000, quando Israel não diminuiu a ocupação militar de Gaza conforme acordado em armistício, causando a revolta que se desdobrou na Segunda Intifada. O saldo não foi diferente do que já temos nos acostumado a ver nestas últimas semanas, com milhares de civis mortos e, entre 2000 e 2004, quase 4 mil residências de palestinos expropriadas e demolidas.
Enfim, se por um lado os Palestinos se valeram do terrorismo para tornar conhecidas suas reivindicações, por outro eles foram absurdamente negligenciados quando da criação do Estado de Israel.
Nada disso, no entanto, justifica uma ofensiva covarde na qual quase 10% das vítimas são crianças.
Sendo assim, da próxima vez que quiser falar em holocausto ou genocídio, não recorra à história, mas sim ao presente, que é esfregado nas nossas caras todos os dias.

Rubens Carvalho Júnior

Para saber mais sobre o conflito árabe-israelense e sobre a própria história do Oriente Médio, acesse os links abaixo:


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Rubensman Returns


Sair de férias é bom demais, a única coisa ruim é que uma hora acaba.
A boa notícia, tanto para nosso visitante ocasional como para aquele mais frequente é que os posts estão de volta, após essa merecida pausa para o lazer. Traremos uma série de "diários de bordo" contando as barbadas e as furadas dos vários lugares que visitamos nessas férias, além dos prometidos textos com conteúdo de Filosofia (alguns já foram separados) e, é claro, as críticas, reflexões, piadinhas e outras coisas mais que saem dessa cabeça perturbada.
Obrigado pela visita e até breve!

Rubens Carvalho Júnior

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pronto, tá pago!


Depois de 152 dias, ou 5 meses, eu já trabalhei o suficiente para pagar os impostos que devia à nação. Até seria justo se houvesse contrapartida, mas não vou entrar nesse mérito especificamente.
O problema é que, como não há saúde pública, terei que trabalhar mais 1 mês para pagar pelo plano de saúde. Isso porque ainda sou relativamente jovem, senão gastaria ainda mais tempo para pagar pelo plano, afinal sabemos que à medida que ganhamos idade o valor do plano aumenta, e a cobertura diminui.
Lá se foram 6 meses.
Só que, como não há segurança pública, terei que trabalhar mais 1 mês para pagar os seguros do carro e da casa.
Lá se foram 7 meses.
Falando em casa, serão necessários mais 3 meses completos para garantir minha moradia pelo ano todo.
Lá se foram 10 meses.
Eu preciso me manter vivo, limpo e vestido, então somados os gastos com alimentação, limpeza, higiene pessoal, vestuário e eventuais gastos com medicamentos, descontados os impostos que já paguei, lá se vão mais uns 3 meses.
Lá se foram 13 meses.
Opa! Mas isso é o ano inteiro de trabalho mais o meu 13º! E eu ainda não gastei um centavo com o meu lazer.
Bom, nesse ponto já percebemos que falta mês nesse ano para pagar por tanta coisa, então eu vou ter que escolher se abro mão do plano de saúde e encaro as intermináveis filas e o atendimento precarizado da rede pública de saúde, ou se abro mão dos seguros do carro e da casa ou, quem sabe, até mesmo abra mão de ter um carro e volte a recorrer ao transporte público, precário, inseguro e que hoje vive à mercê de vagabundos politiqueiros.
Enfim, para sustentar um modo de vida sem luxo e sem qualquer lazer, de forma minimamente digna, um brasileiro comum gastaria, na melhor das hipóteses, o ano todo de trabalho, isso se não tiver filho, porque aí meu amigo, ou você enfia essa criança numa escola pública (boa sorte!), ou então vende a casa e vai morar sob um viaduto se quiser tentar a sorte numa escola particular. Agora, repare que eu falei "filho". Se esta pequena palavra for flexionada no plural...
Esta continha perversa, que serviu de base para esta dramatização, foi feita com base numa renda familiar total entre 4 e 5 salários mínimos, ou seja, segundo parâmetros governamentais, ocorre de ser uma família de classe média.

Rubens Carvalho Júnior



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Coisas que eu não entendo (#2)


Recentemente, um menor de idade foi detido e ficou 27 dias numa instituição de "recuperação de menores". O fato foi amplamente noticiado no final da semana passada. Duas coisas chamam a atenção:

1) As câmeras de segurança do prédio onde o menor morava, mostravam que ele estava dentro do prédio no exato momento em que um assalto era levado a cabo por dois indivíduos do outro lado da rua, ou seja, ele ficou quase 1 mês preso por engano.
2) Ele não chegou a ficar detido um mês se quer, mas foi o suficiente para que perdesse o emprego de garçom e a vaga na universidade que cursava!

Recentemente, Natan Donadon, parlamentar da nossa Terra Brasilis, foi julgado e condenado (mais uma vez) pelo Superior Tribunal Federal por improbidade administrativa, peculato e formação de quadrilha. Duas coisas chamam a atenção:

1) O esquema que mantinha na Assembléia Legislativa de Rondônia foi flagrado, Donadon foi julgado e condenado em 2010 mas, depois de idas e vindas advocatícias, foi finalmente condenado pelo STF no ano passado.
2) Mesmo preso em regime fechado, o parlamentar mantinha o mandato de Deputado Federal, que precisaria ter sua cassação aprovada pelo Congresso (isto é, pelos coleguinhas). Na primeira tentativa, em votação fechada, o mandato do deputado preso foi mantido, e repito, ele estava preso em regime fechado, depois de ser devidamente julgado e condenado. Seu mandato só foi cassado após intensa pressão da opinião pública que resultou em uma votação aberta. Aí sim, sem poderem se esconder atrás do voto secreto, os parlamentares, quase unanimemente, votaram pela cassação de Donadon.

Em resumo, um parlamentar é devidamente julgado e condenado, depois de longo processo, ao regime fechado, mas conserva o mandato até o último momento possível. Um cidadão comum é detido como suspeito de crime, para o qual tinha infalível álibi, fica jogado numa instituição para menores sem ter sido julgado, nem muito menos condenado e, em menos de um mês, perde o emprego e a vaga na universidade.

Reflitamos.

Rubens Carvalho Júnior

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Enquanto isso, no país da Copa...


No início da semana, na Espanha, foi identificado e banido dos estádios de futebol daquele país, o torcedor que atirou uma banana perto do jogador Daniel Alves, num ato racista e lamentável.

Hoje, nos Estados Unidos, o milionário Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, foi banido pra sempre do basquete e da administração do time de basquete de sua propriedade, após declarações racistas flagradas em uma conversa dele com a namorada.

Em 20 de Fevereiro do ano passado, um jovem boliviano, chamado Kevin Espada, foi morto após ser atingido diretamente por um sinalizador lançado da torcida do Corinthians. Alguns membros da torcida organizada deram guarita para o suposto assassino, coincidentemente um menor de idade, que só foi identificado em solo brasileiro. Enquanto isso, os cúmplices estavam devidamente encarcerados na Bolívia.
Pois não é que o assassino, tanto não pôde ser extraditado como queria o governo boliviano, por ser menor de idade, como não foi responsabilizado criminalmente aqui no Brasil! Não bastasse essa assinatura do certificado de país da impunidade, nosso governo ainda achou tempo para interceder pelos pobres carniceiros corintianos, pressionando o governo boliviano a liberá-los para serem "julgados" no Brasil, o que jamais aconteceu. O atual panorama é o seguinte:
   1) O menor H.A.M. nunca foi acusado e não sofreu qualquer sanção como, por exemplo, a que foi imposta ao torcedor espanhol que atirou a banana para Daniel Alves.
    2) Os 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, foram transferidos para o Brasil e aqui libertados, tendo o caso sido arquivado ainda no ano passado.
    3) Para os pais do garoto Kevin sobrou o saldo da perda do filho e uma indenização imoral de 50 mil dólares, paga pelo Corinthians. A CBF e a Conmebol estão literalmente cagando pro que aconteceu.

Resumindo, na Espanha um torcedor é banido terminantemente dos estádios por ter atirado uma banana em campo. No país do basquete, um milionário, dono de um time, é banido do esporte e da administração do próprio time por ter feito comentários racistas. Cá, no país do futebol, matam um torcedor adversário e o caso é simplesmente arquivado!

Nada de punição para os torcedores envolvidos, muito menos para os clubes envolvidos, e isso serve também para as carnificinas que assistimos frequentemente nos estádios brasileiros e nas suas imediações.
Aqui, os bandidos que frequentam estádios de futebol, assassinam pessoas que vestem uma camisa de cor diferente da deles e não ficam nem presos, quanto mais serem banidos dos estádios, que utopia!

Pra encerrar, só uma pergunta simples para os membros da CBF e do judiciário brasileiro: E se o Kevin fosse filho de um de vocês?

Rubens Carvalho Júnior


 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Questão de filosofia!


Seguindo as novas diretrizes do ensino de filosofia em escolas públicas do Distrito Federal, segue abaixo questão modelo, que incita à reflexão filosófica, além de contribuir para a formação dos filósofos do futuro (que medo!)

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. Segundo os grandes pensadores contemporâneos Beto Jamaica e Cumpádi Washington: "Ula, ula de lá ....., quebra quebra daqui ....., ô Bahia ....., é o tchan no .....".

a) que abundância, ordinária, danada, cassino do Chacrinha
b) tchan, tchan, iáiá, Havaí
c) eita, vixe, do axé, meu caralho 
d) requebra, vai mainha, lêlê, Egito

Se não entendeu bulhufas do que eu tô falando, clique aqui. antes de seguir com a leitura.


Continuando...

Segundo Aristóteles (esse sim um grande pensador), as coisas que existem o são de duas formas: ou em Ato, ou em Potência. Muito resumidamente, uma coisa é em Ato quando ela existe efetivamente num dado momento, e uma coisa é em Potência quando ela pode vir a ser algo diferente do que é no momento. Por exemplo, uma semente é, em Ato, uma semente, certo? Mas essa mesma semente tem a Potencialidade de tornar-se uma árvore (desde que seja semeada), compreendeu? Outro exemplo: um bloco de mármore, em Ato, é um bloco de mármore mas, em Potência, este bloco pode ser transformado em uma estátua (desde que seja moldado por um escultor).

Bom, acompanhando esse raciocínio, fica claro que o "professor de filosofia" que propôs a malfadada questão da reportagem, não levou em conta a teoria aristotélica do Ato e Potência, pois a questão proposta já era, em Ato, algo totalmente fora de propósito, mas em Potência podia tornar-se motivo de chacota, polêmica, descrédito do ensino público, piada, o que de fato aconteceu.

Nessas horas eu desanimo porque, agora, Valesca Popozuda é uma grande pensadora e o idiota que deu a tal questão em uma prova é considerado um "educador"!

Rubens Carvalho Júnior

sexta-feira, 28 de março de 2014

terça-feira, 18 de março de 2014

Fotos de dois supostos passageiros do voo da Malaysia Airlines

 
   Foram divulgadas nesta terça-feira (18), fotos de dois supostos ocupantes do Boeing 777 da Malaysia Airlines, que desapareceu, sem deixar rastro, há dez dias.

 
   O desaparecimento da aeronave segue envolto em uma aura de mistério. Entre as várias hipóteses sobre o desaparecimento, destacam-se as de sequestro por terroristas, suicídio dos pilotos e ataque pelo monstro de fumaça. As buscas continuam.

Rubens Carvalho Júnior

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Música pode ajudar nos estudos


  Escutar música pode não ser mais do que uma diversão ou distração enquanto enfrentamos o trânsito. Para muitos, praticar exercícios físicos com os fones “plugados” nas orelhas aumenta o rendimento e a motivação. Outros usam da música exatamente para o contrário, para relaxar e pegar no sono mais facilmente. Entretanto, uma novidade surgiu através de uma pesquisa realizada pela psicóloga britânica Emma Gray. Um dos resultados da pesquisa apontou que estudantes que escutaram música clássica durante seus estudos tiveram um desempenho em média 12% melhor em suas avaliações de matemática.

   Estilos musicais que melhoram seu estudo:

   Música clássica: Em entrevista ao jornal britânico Metro, Emma afirmou que a melodia e a escala tonal em músicas clássicas, como ‘Fur Elise’ de Beethoven (60-70 batidas por minuto), ajudou os alunos a estudarem por mais tempo e a reterem mais informação. “Músicas nessa escala induzem a um estado de relaxamento em que a mente está calma, mas alerta. A imaginação é estimulada e a concentração ampliada. Isso é o que melhora o aprendizado.”

   Pop: Segundo ela, os estudantes de ciências, humanidades e línguas, devem optar por canções pop, como Miley Cyrus e Justin Timberlake. “Ouvir música com 50-80 batidas por minuto, como ‘We Can’t Stop’, de Miley Cyrus, e ‘Mirrors’, de Justin Timberlake, tem um efeito calmante que conduz o cérebro ao pensamento lógico, o que permite à mente aprender e lembrar fatos novos”, disse a pesquisadora ao Metro.

   Rock: Mas acalme-se, se você não curte música clássica e nem pop, mas sim o bom e velho rock’n'roll, a psicóloga indica ‘I Can’t Get No (Satisfaction)’, dos Rolling Stones, que produz um estado de excitação da mente que estimula o desempenho criativo.

Fonte: Metro.co.uk

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Tudo que você queria (ou não) saber sobre o peido


   As informações deste artigo, de autoria desconhecida, não são o que se poderia dizer: “Nossa! Isso era tudo o que eu precisava saber nessa vida!”. Mas podem ser bastante engraçadas e, inclusive, verossímeis. Então, aprenda e divirta-se!

Rubens Carvalho Júnior


Peidar é tão bom quanto qualquer outra necessidade fisiológica. Um peido bem dado deve ser comemorado com gosto, já que a maioria dos nossos peidos saem tímidos e contidos por conta do preconceito que a sociedade enruste em relação ao flato. Não quero estimular ninguém a sair peidando onde quer que esteja. Peidar é uma atividade egoísta que deve ser mantida apenas para você e às vezes para compartilhar com as pessoas de quem você gosta muito. Se todo mundo peidasse onde bem entendesse, minha sala de trabalho ia ser um inferno. Sete marmanjos peidando o dia todo! Toda produção diária nessa sala com ar condicionado ia ser pior que fumar 4 maços de cigarro num dia.

O nome
A palavra “peido” deriva do latim pedere e do grego perdein, que significam exatamente o que soam; afinal, o ato em si é muito mais antigo que a linguística!

1. O que é o flato? Do que ele é feito?
Flato, do latim flatus, significa "sopro" e é uma composição de gases altamente variável, expelida pelo ânus.
É formado por parte do ar que engolimos, que é quase só nitrogênio e dióxido de carbono, pois o organismo absorve o oxigênio, e gases resultantes das reações químicas entre ácido estomacal, fluidos intestinais e flora bacteriana. Ou seja, dióxido de carbono, hidrogênio e metano.

2. O que faz os peidos federem?
O odor dos peidos vem de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre livre na mistura. Quanto mais rica em enxofre for sua dieta, mais esses gases vão ser produzidos pelas bactérias no seu intestino e mais os seus peidos vão feder. Alimentos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem peidos fedidos. O feijão, por outro lado, produz grandes quantidades de peidos, que não são necessariamente fedidos.

3. Por que peidos fazem barulho?
Os sons são produzidos pela vibração da abertura anal. O som depende da velocidade da expulsão do gás e de quão estreita é a abertura dos músculos do esfíncter anal.

4. Quanto gás uma pessoa normal produz por dia?
Em média, uma pessoa produz cerca de um litro de peido por dia, distribuído em cerca de 14 peidos diários. Pode ser difícil para você determinar o volume dos seus peidos diários, mas você pode estimar quantas vezes peida. Pense nisso como um pequeno experimento científico: anote tudo que você come e conte o número de vezes que você peida no dia. Você pode, inclusive, fazer considerações acerca do odor deles. Você descobrirá uma relação entre o que você come, quanto você peida, e quanto seus peidos fedem.

5. Quanto tempo leva até que o peido chegue ao nariz de alguém?
Isso depende das condições atmosféricas, umidade e velocidade do vento, além da distância entre as pessoas também. Os peidos se dispersam e sua potência nauseante diminui com a diluição. Condições excepcionais existem quando o peido é liberado numa área pequena e fechada, como um elevador, um quarto pequeno ou um carro, porque essas condições limitam a quantidade de diluente possível (ar) e o peido vai permanecer numa concentração perceptível por mais tempo, até que se condense nas paredes.

6. É verdade que algumas pessoas nunca peidam?
Não. Se elas estiverem vivas, peidam. Como diria Descartes: "Vivo, logo peido". Pessoas podem peidar até mesmo algumas horas depois de mortas.

7. Homens peidam mais que mulheres?
Mulheres peidam tanto quanto homens. O caso é que os homens têm mais orgulho disso.

8. Em que parte do dia um “gentleman” está mais sujeito a peidar?
Durante a manhã, quando estiver no banheiro. Isso é conhecido como “trovoada matinal”. Se conseguir uma boa ressonância, ele poderá ser ouvido na casa inteira.

9. Porque o feijão faz as pessoas peidarem tanto?
Feijão contém açúcares que seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam em nossos intestinos, as bactérias fazem a festa e produzem um monte de gás. Outros produtores notórios de gás são milho, pimenta, repolho e leite.

10. Um peido é mesmo só um arroto que saiu pelo lado errado?
Não, a frase “arroto é um peido maroto que subiu de elevador” é puro folclore. Arroto vem do estômago e tem composição química diferente de um peido. Peidos têm menos oxigênio e mais gases produzidos por bactérias.

11. Para onde vão os peidos quando você segura eles?
Quantas vezes você segurou um flato, pretendendo soltá-lo na primeira oportunidade apropriada, e depois descobriu que ele tinha “desaparecido” quando você estava pronto? Ele saiu lentamente sem a pessoa saber? Foi absorvido pela corrente sanguínea? O que aconteceu com ele? Os médicos concordam que o peido não é nem liberado nem absorvido. Ele simplesmente volta para os intestinos e sai depois. Isso reafirma o fato de que os peidos não são realmente perdidos, e sim adiados.

12. É possível mesmo “acender” peidos?
A resposta é SIM. Normalmente os puns incluem metano e hidrogênio, que são gases inflamáveis. Entretanto, você deve estar avisado de que colocar um peido em ignição é perigoso. Não só a chama pode subir de volta para seu cólon, como a sua roupa e o que estiver ao redor pode pegar fogo. Peidos tendem a se traduzir em chamas azuis ou amarelas. Não tente absolutamente nada, para “checar” essa informação.

13. De que cor é o peido?
Via de regra, incolor, porque os gases que o constituem são incolores. Se seu pum colorir sua cueca, saiba que ali não tem só gás.

14. Outras pessoas sentem mais o cheiro do peido do que o “autor”?
O peido deveria cheirar tanto para quem o fez quanto para as pessoas que dele “desfrutam”, mas quem fez leva vantagem pelo fato de que propeliu o ar para longe do seu corpo, numa direção oposta à do seu nariz.
No entanto, peidar contra o vento anula essa vantagem.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Coisas que eu não entendo (#1)


   Festas de fim de ano, férias, família e amigos por perto e conversa, muita conversa. A pauta simplesmente não se esgota, e eu gosto muito. Mas aí surgem uns assuntos que, de certa forma, me deixam levemente perturbado. Foi aí que, especulando sobre coisas polêmicas, como a vida após a morte, percebi algo que eu não entendo.
  Considere a possibilidade de que não exista nada além dessa vida. Qual seria sua postura? Abaixo, seguem respostas que eu ouvi sobre esse mérito, e que podem se encaixar em seu modo de pensar:

1) "Mas tem que ter alguma coisa além disso aqui."

2) "Se não tiver nada além dessa vida então eu vou parar de trabalhar e vou pra farra, aproveitar essa vida."

3) "Então pra quê ser uma pessoa correta e honesta, respeitar o próximo, praticar o bem?"

4) "Bobagem, não seria justo se não houvesse nada depois da morte."

5) "Se for assim, então essa vida não tem sentido!"

    Pois é, se você acredita na vida eterna você pode ter se familiarizado com algum dos pensamentos acima. O que eu não entendo, então, é o seguinte:

1) Porque "tem que ter alguma coisa além disso aqui"? Não tem que ter nada. As pessoas é que querem que exista algo além para que possam continuar existindo. É inaceitável para a maioria das pessoas a ideia de finitude, eu sei, eu já pensei nisso também, mas o fato é que não há nada que me garanta que exista algo além, assim como não há nada que me garanta que não há, não é verdade? Então a melhor resposta, penso eu, seria: "Eu gostaria que existisse algo além".

2) Se você descobrisse que não há nada além, provavelmente você continuaria trabalhando sim, a menos, é claro, que você seja incrivelmente desprendido ou tenha tendências suicidas. Isso porque, numa sociedade capitalista, você precisa trabalhar pra ganhar dinheiro (bom, a maioria das pessoas precisa!), e ter assim meios de alimentar-se, vestir-se, locomover-se, morar, etc..., em suma, viver. Se você cair na gandaia e perder o emprego, não terá dinheiro para a farra, bem como para comida, roupas, combustível, aluguel, etc.... Daí, das duas uma: ou você vai viver dependendo de favores dos outros (tipo o Belchior), ou vai morrer de fome.

3) É inacreditável como as pessoas condicionam o agir ético e moral a uma recompensa depois da morte. Quer dizer que você só respeita as pessoas, e procura agir com correção porque acha que Deus está te olhando, como que num BigBrother celestial,  e aí, quando morrer, você terá direito a um lugar no Céu. Não fosse por isso, as pessoas então passariam a matar, roubar, estuprar, já que não teria ninguém olhando, pelo menos não ninguém que tenha o poder de me julgar e condenar a arder no mármore do inferno. Eu devo agir corretamente com os outros porque eu apreciaria a contrapartida, isto é, eu não faço com os outros o que eu não gostaria que fizessem comigo, e não porque Deus está olhando, mas porque assim se vive melhor e em paz.

4) Quem disse que tem que ser justo!

5) É triste saber que uma pessoa dá sentido à sua vida baseada em algo que ela nem ter certeza de que exista. O sentido da minha vida quem dá sou eu e, particularmente, acredito que o que dá sentido à vida é procurar viver da melhor forma possível. Agir com a pessoas da forma como eu gostaria que agissem comigo, e se todos fizessem isso nós viveríamos muito melhor. Aproveitar bons momentos com bons amigos. Cercar-se de pessoas com quem tenha afinidade e repelir aquelas que, de alguma maneira, lhe façam mal. Ganhar dinheiro é importante também, não para simplesmente acumular bens - porque haja ou não algo além, você não os levará consigo - mas para poder viver confortavelmente, para alimentar-se bem, para cuidar da saúde, para poder viajar e conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, sabores diferentes, e isso pode ser um antídoto contra o preconceito e o senso comum, além de agregar cultura, de verdade.

   Eu não faço ideia do porquê de estarmos aqui. Há uma teoria amplamente aceita de que evoluímos, desde o coacervado até chegar a esse estágio atual, e continuamos evoluindo, de forma gradativa e imperceptível para nós mesmos, dado nosso curto tempo de vida. Há quem diga, por outro lado, que fomos criados por Deus, em sua infinita bondade. Seja como for, eu não sei de onde eu vim ou para onde vou (na verdade ninguém sabe, só supõe), então eu vivo minha vida como se fosse a única que eu tivesse, procurando viver bem, respeitando o espaço alheio e buscando sempre evoluir moralmente, não para ter benefícios numa suposta vida além túmulo, ou porque Deus está olhando, mas simplesmente porque, acredito eu, ser esse um bom jeito de viver.

Rubens Carvalho Júnior